domingo, 31 de maio de 2009

Semáforo

Verde, amarelo, vermelho
Eles passam, eu também
BUUUUUUUUM

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Explicação

Bom, agora que vocês leram os "poemas", posso explicar o porquê deles. Eles eram apenas um prelúdio (!?!). Agora vou falar sério sobre o tema neles abordado. A forma cada vez mais precoce e detalhada com que a pornografia chega a jovens.

Sinceramente, não vejo problemas na formação que cada pai quer dar ao seu filho, e se ele não fizer nada que obviamente irá traumatizar a criança, não há problema. Porém, com a crescente bestialização de nossa sociedade, é difícil criar as novas gerações de certas maneiras. Não serei moralista, porém, acredito que tocar na rádio dia e noite músicas com alta carga erótica é algo dispensável.

Esse assunto surgiu numa festa, na qual estávamos vendo “Furacão 2000: Tsunami III”. Não vou negar que gostei, afinal, se o fizesse seria ou hipócrita, ou homem somente fisicamente, porém é meio vergonhoso saber que isso é levado a sério não como show erótico, e sim como música. E sinceramente, isso é absurdo.

Num mundo desses, onde se confunde a mais pura beleza com uma apresentação de sacanagem, imagine a condição uma pessoa sem noção de nada? Existem crianças que vêem as dançarinas do Créu como exemplos. E se minha filha visse, eu tentaria fazer uma lavagem cerebral tensa. Se após os 14 começasse a agir assim publicamente, eu não sei o que faria (deserdar é uma opção). O grande problema não é a sacanagem, até porque acho bacana o interesse pelo próprio corpo, porém a exibição gratuita do que deveria ser privado.

Aliás, para mim isso tem nome: falta de auto-respeito. E, na boa, é burrice minha pensar no respeito a outros se ninguém se respeita. É, acho que ferrou. Melhor voltar a ler sobre a fome, que pelo menos aparenta ter solução.

Abraços

terça-feira, 26 de maio de 2009

Linha tecno-sentimental

Bem, como todo desocupado, gosto de polêmica, então vim aqui falar com vocês. Não, nada de cotas, afinal, não farei UERJ mesmo. Vou postar uma obra (anti)poética minha. É uma série de haikais... não são do tipo tradicional, mas considero-os um trabalho esmerado*. Fiquem com "Linha tecno-sentimental":

Grande vento quente
Oh, filho da gambiarra
É tosco, mas rola.

Um dezoito é tempo
Mas não passa a estação
Treze tá na mão

Com braço veloz
Mas sem imaginação
Rede de dois gumes

*Fiz de improviso numa aula que não sei o que era, afinal, estava ocupado escrevendo, acho. Tem métrica, mas dado o tema, o kigo era impossível de ser usado. Aliás, quem conseguir descobrir do que cada haikai fala, ganha um doce. Pensem em algo doentio, crianças.

Abraços

terça-feira, 19 de maio de 2009

Amor, sublime amor

Nossa, estou pressentindo que esse texto será muito gay apenas pelo nome. Amor duas vezes no mesmo título nunca é boa coisa (ou é muito feminino ou envolve pedofilia). Contudo, é conveniente tratar desse tema numa época em que convivemos com a mais pura banalização deste sentimento que tanto vende: o Amor.

Sim, para mim amor é historinha. Quer dizer, não o amor materno e pelas artes, o amor pelos amigos e pela companheira, etc. Digo o “amor-paixão”. Se existe, eu e ele somos imiscíveis assim como o são água e óleo. Evito ser radical, mas já sendo, para mim isso tudo foi papo de alguém que queria uma desculpa para tentar conseguir a fêmea alheia ou escapar de algum problema. E sim, falo isso sério. Não vá pensando que esse texto é uma piada tipo o do Justiceiro.

Entretanto, chega uma hora que até um cara que admite isso publicamente com sinceridade se ofende. E as séries “Shot at Love”, “O.C.” e “Gossip Girl” me agrediram de uma maneira ímpar. Sabe, são coisas que ninguém deveria ver se não fosse para rir da própria geração. E tem seres estranhos que assistem isso por acharem realmente bom.

Vou resumir “Shot at Love”, pois Gossip Girl é modinha e qualquer site imbecil fala tudo para vocês. “Shot of Love” é um reality show onde um grupo de participantes disputa o amor do principal. Começou com candidatos homens disputando o “amor” de “Tila Tequila” de várias maneiras possíveis. Ao final de cada capítulo, um escolhido dormiria com ela. Acabou a primeira temporada, ela achou seu amor verdadeiro! NÃO. Ela se cansou de seu verdadeiro amor e resolveu montar uma segunda temporada, dessa vez com mulheres no jogo também.

Em resumo, ela é uma moça com poucos atributos além de seu belo risinho. Quer dizer, promiscuidade é um atributo valorizado hoje em dia, e não vou ser moralista para falar que é um absurdo, entre outros mimimis. O aspecto que deve ser pensando é se é válido usar o conceito de amor em coisas do tipo? É que nem eu chamar meu baixo de violão. Ambos são instrumentos de cordas, mas, diabos, calça não é orifício anal e vice-versa.

Já não bastassem as idiotas comédias românticas com seus ideais irritantes de casal complicado, mas que se ama e mimimimi, agora temos o “amor promíscuo”? Cacete, é difícil admitir que não consegue se sentir o amor a ponto dele ser incondicional? As pessoas chamam tudo de amor por não saber o que ele é. E isso incomoda. Se não sabe o que é, ou negue, ou espere acontecer. Ou os dois. Mas não justifique o sexo desregrado com esse sentimento que, se existe, é tão bonito.

*Ah, vá tudo pro inferno, que conclusão mulherzinha.

domingo, 10 de maio de 2009

Chico Buarque? Não, não, prefiro Roxy Music

Tom Zé no Raul Gil. Sabe, eu tenho certa pena do Tom Zé, às vezes. Artista com uma obra bem interessante, porém pouco valorizado pela maioria e sem muita aura cult. Egberto Gismonti é outro desprezado por grande parte do público. Inúmeros outros exemplos são fáceis de achar, porém não vou listar todos aqui. Basta saber que grandes gênios da MPB são verdadeiros desconhecidos dentro do próprio Brasil.

No entanto, existem três bons músicos brasileiros que conseguem atenção da mídia. Esses são: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Aos dois primeiros há uma espécie de devoção por muitos pseudo-intelectuais. Não que todos os fãs sejam pseudões, pois, como já disse, são de fato músicos respeitáveis, porém esses são os grandes fãs dos dois (além das quarentonas carentes no caso do Chico).

Não, não tenho preconceito com pseudos. Pensando bem, sim, tenho, mas se eles ficarem na deles, dá no mesmo. O problema é que pretensos “cults” normalmente são os primeiros a acusar todos os outros que não gostam daquilo que julgam bom. Já falaram diversas vezes que não valorizo a cultura nacional, como se somente Chico, Caetano e bossa nova fossem música brasileira. E Tom Zé, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, André Abujamra, entre outros, que são relegados a um segundo plano? Se eles não são música brasileira, acredito sim que a MPB é algo desprezível.

Outra coisa a ser questionada é se ouvir mais música estrangeira é ruim. Vamos analisar a tradição cultural brasileira no modernismo e depois disso para julgar. Somos antropofágicos, absorvemos o que tem de bom lá fora e utilizamos com o que é nosso. Assim foi a Bossa Nova e a Tropicália e, se tudo der certo, continuaremos a ser assim, pois é muito valioso artisticamente. Sou baixista, tenho que buscar influências de onde acredito que meu instrumento se desenvolveu mais, e isso foi nos EUA, através do Funk e do Jazz e também na Inglaterra, com um rock mais elaborado. Nada mais racional que isso.

Escrevi isso apenas para expor minha visão a respeito da MPB, que é muitas vezes confusa para muitos dada a minha raivinha do Chico. Ele é superestimado³. Fora isso, tenho grande respeito por ele como letrista e acredito que ele seja um dos melhores do mundo tranqüilamente. Pena que letra não é música e, então, prefiro King Crimson.

Abraços

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A punição e o comportamento infantil

Cinema arte é algo indescritível. O prazer sentido após uma beleza exibição de Ran de Akira Kurosawa, por exemplo, é capaz de conduzir-nos a estesia. Se não nos conduz a esse maravilhoso sentimento, pode nos levar ao menos a uma reflexão. E até o cinema arte (de matar) consegue esse feito quando bem conduzido. O que é mais bem feito dentro desse gênero do que começar com uma chacina com elementos inusitados? Sim, estou falando do novo “Justiceiro”.

Aí você se pergunta: “Ai, meu Deus, no que alguém consegue pensar após ver esse filme?”. Fácil, se a pessoa for meio afetada pensa na banalização da violência. Se for um pouco mais sagaz nos seus raciocínios percebe que está na revolução da psicologia infantil proposta por esse filme. Vejam o trailer aqui.

Vejam que tem uma criança no momento 0:56. Todos meus leitores sabem que crianças são seres extremamente meigos e engraçadinhos. Porém duvido que alguém aqui soubesse que violência apenas as ajuda a se desenvolver de maneira saudável. Através de “O Justiceiro” pude concluir isso vendo a bela capacidade de perdoar que a menininha teve com o assassino de seu pai. E não foi somente isso, dado o momento que ela presenciou diversas mortes brutais durante todo o filme, e em sua última cena ela dá um simpático tchauzinho para o Justiceiro, responsável por toda carnificina.

Outro dado, desta vez empírico e não coletado de artigos das renomadas revistas Marvel, é como a sociedade piorou quando pais pararam de bater nos filhos. O que se vê hoje em dia são jovens sem freios éticos e pais acuados e permissivos. Na África, continente no qual crianças ainda vão para a guerra e ainda apanham, as condições morais da população não se deteriorou nos últimos anos, por exemplo.

Se mais pessoas vissem “O Justiceiro” ao invés de dar ouvido a quem fala o óbvio sobre a África e outros lugares do mundo, o mundo não seria melhor, porém seria bem diferente. E agora, sinceramente, acho que um produtor de um filme desses é mais brilhante, para nosso universo, que 90% das pessoas que dissertam sobre o óbvio e seus derivados sem se preocupar com a implantação de suas idéias. Ao menos o produtor bota dinheiro para girar, né?