domingo, 10 de maio de 2009

Chico Buarque? Não, não, prefiro Roxy Music

Tom Zé no Raul Gil. Sabe, eu tenho certa pena do Tom Zé, às vezes. Artista com uma obra bem interessante, porém pouco valorizado pela maioria e sem muita aura cult. Egberto Gismonti é outro desprezado por grande parte do público. Inúmeros outros exemplos são fáceis de achar, porém não vou listar todos aqui. Basta saber que grandes gênios da MPB são verdadeiros desconhecidos dentro do próprio Brasil.

No entanto, existem três bons músicos brasileiros que conseguem atenção da mídia. Esses são: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Aos dois primeiros há uma espécie de devoção por muitos pseudo-intelectuais. Não que todos os fãs sejam pseudões, pois, como já disse, são de fato músicos respeitáveis, porém esses são os grandes fãs dos dois (além das quarentonas carentes no caso do Chico).

Não, não tenho preconceito com pseudos. Pensando bem, sim, tenho, mas se eles ficarem na deles, dá no mesmo. O problema é que pretensos “cults” normalmente são os primeiros a acusar todos os outros que não gostam daquilo que julgam bom. Já falaram diversas vezes que não valorizo a cultura nacional, como se somente Chico, Caetano e bossa nova fossem música brasileira. E Tom Zé, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, André Abujamra, entre outros, que são relegados a um segundo plano? Se eles não são música brasileira, acredito sim que a MPB é algo desprezível.

Outra coisa a ser questionada é se ouvir mais música estrangeira é ruim. Vamos analisar a tradição cultural brasileira no modernismo e depois disso para julgar. Somos antropofágicos, absorvemos o que tem de bom lá fora e utilizamos com o que é nosso. Assim foi a Bossa Nova e a Tropicália e, se tudo der certo, continuaremos a ser assim, pois é muito valioso artisticamente. Sou baixista, tenho que buscar influências de onde acredito que meu instrumento se desenvolveu mais, e isso foi nos EUA, através do Funk e do Jazz e também na Inglaterra, com um rock mais elaborado. Nada mais racional que isso.

Escrevi isso apenas para expor minha visão a respeito da MPB, que é muitas vezes confusa para muitos dada a minha raivinha do Chico. Ele é superestimado³. Fora isso, tenho grande respeito por ele como letrista e acredito que ele seja um dos melhores do mundo tranqüilamente. Pena que letra não é música e, então, prefiro King Crimson.

Abraços

7 comentários:

Jade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jade disse...

Também abomino pretensos ''cults'' e concordo com o que você disse sobre música estrangeira, mas discordo com o que diz no seu último parágrafo. Eu realmente acredito que letra faça sim parte da música, e olha que sou violinista, na maioria das vezes que toco não há letra acompanhando. Mas logo você, que é baixista, toca quase sempre acompanhado de um vocalista, acha que letra não faz parte da música? Eu penso que é um complemento. Muitas pessoas adoram música mesmo sem tocar instrumento algum, e nem por isso podemos julgá-las leigas. As palavras são um ''plus'' à melodia. Se odeio Darvin, Dibob e Nx Zero, não é devido ao som de suas guitarras, mas sim à pobreza de suas letras. (Esse comentário valeu por todas as vezes que li seus textos e deixei de comentá-los, hê).

Joanna disse...

"O que se está fazendo aqui é uma música popular brasileira que não é popular, nem brasileira e vou além: — nem música."
- Nelson Rodrigues

Essa frase do Nelson Rodrigues por mais radicalista que possa parecer, eu julgo certa.
Há diversas composições que não são brasileiras - por serem cópias/paródias de obras internacionais ou modelos do exterior, ou que não são populares por pertencer a um universo elitista culto e classe média ou não tem musicalidade na melodia.

Achar música popular brasileira, algo que una esses três títulos, está cada vez mais difícil.

João Manoel Nonato disse...

Ok, mas antes de tudo: por que descer ao nível do senso comum, dos rótulos e das segmentações? Música é música; as notas são as mesmas no mundo inteiro... O que fazem com elas só pode ser divido em duas classes: bom e ruim!

João Medeiros disse...

se bem q as letras do greg lake são IRADAS também neh cara.

João Manoel Nonato disse...

Sandy também merece um lugar no Parnaso dos letristas:
"O que é imortal
Não morre no final"

Kêco disse...

Caralho,
Você disse TUDO! Achei que só eu pensasse dessa maneira a respeito de MPB. Ah, o João Gordo tbm pensa assim...rs
Tom Zé, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, André Abujamra = musica brasileira que presta. Incluo o Hermeto Pascoal.
Chico só escreve,e o Caetano TAMBÉM é superestimado. E eu nem preciso dizer nada dos "pseudões". Grande texto! E sim, prefiro Prince a Lulu Santos. Disparado.