sábado, 26 de setembro de 2009

Jamil's Bad Fur Day...

Na primeira vez que ouvi Highway Star do Deep Purple, eu confundi a palavra “head” com “hair”. Sinceramente, nessa vez não teve sentido, mas, hoje, essa confusão seria parte fundamental de minha vida. Acabei de perder toda minha credibilidade como músico... E a Ellen Page perdeu a credibilidade como menina meiga e bonitinha.

Ou não, continuo tocando a mesma coisa, mas, sabe, o cabelo e o biquinho são mais importantes que o timbre para o baixista. Quando nos escutam, pensam que o “maluco da guitarra estranha” tá carente, então para sermos notados precisamos de POSE. E mesmo assim ninguém valoriza os nossos timbres, escalas bizarras ou qualquer coisa.

Com o cabelo mais curto desde 2005, não renderei tanto no aspecto pose. Talvez como músico dê tudo certo, minhas linhas andam afiadas, precisas e trabalhadas, prontinhas para aparecer... mas agora é uma incógnita... Ellen Page me dá medo.

De qualquer forma, o cabelo me deixou meio preocupado. Eu ia escrever sobre como tenho medo da Ellen Page, mas, isso é pouco. Tenho mais medo de perder o título de maluco muito bom e foda no baixo. Tá certo que nunca tive, mas poderia ganhar. E o cabelo não tem nenhuma relação com isso. E dane-se, estou irritado e isso basta.

Ah, vou ver Eraserhead de novo, talvez passe.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Como desvirtuar o aprendizado

Voando bem alto
está o gavião.
Que torna-o arauto
é o mal do avião.

O mesmo Destino
Dá o barco ao boto...
Humano imagino:
"Foda mesmo é ser piloto"

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A gente estuda um pouco para escrever melhor e dá nisso. É... ser poeta não é meu forte.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Sonetinho

Inútil tempo, soprado com o ar
Expirado o momento e meu normal
Minh'alma sem rumo é agora nau
Eliminada com vão respirar

Com os pés no chão procuro novo lar
Encontrar-me era outrora tão banal
Transformou-se logo em grandioso mal
Que me impelia a nunca mais voltar

Contudo, já estou enfeitiçado
Mais uma tentativa por mim clama
Com a tonalidade dum triste fado

Culpa minha! Não tão verde está a grama
Tarde... perdi uma chance ao teu lado
Errar é natural daquele que ama.
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Bem, primeiro soneto. Ainda preciso de treino... com o tempo melhora. Com as dicas do JM também. Valeu, cara.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

MImimi Japonês

Eu estava sem cabeça para escrever nada antes da prova da UERJ. Estava um pouco preocupado, o que, afinal, é normal e estava certo que, independentemente da nota, estaria com algo notável para escrever depois. E agora, tudo que sinto é alívio. Sim, a droga do ALÍVIO. Nenhum poeta que me lembro já escreveu sobre isso, para ter noção de como esse sentimento soa inexpressivo para a literatura.

Felizmente, o poeta é um fingidor. Se um disser que acha essa sensação ruim, com certeza não foi nem ele, foi o eu-lírico... e daqueles eu-líricos que se existissem no mundo real deveriam apanhar feito ____________________ (insira exemplo politicamente correto aqui... não vou gastar tempo nisso). Em resumo, o alívio, em certas situações, já basta e é bom que nem uma linha do Tony Levin... ou não... é, realmente não é.

Sabe, sinceramente, foi bom tirar uma parte do peso das costas. Continuo carregando um mundo ainda, mas foi bom. Ter tirado um A, pensando bem, não foi mais que obrigação dada a minha inteligência (cof, cof, cof, esforço e São Bento). Talvez por isso nenhum outra reação veio. Não foi inesperado, não foi excepcional, não foi incomum. Sinto-me bem, mas também sinto que não posso parar e que devo continuar a estudar.

Enquanto isso, fico com mais vontade de ver inúmeros filmes, de tocar loucamente baixo, de viajar ou de simplesmente dormir mais, mas sei que tenho que manter o ritmo. Só uma coisa me consola: em novembro talvez acabe e o alívio breve, com esforço, se tornará um grande orgulho.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ode aos publicitários



Após meu surto após desistir de tentar música na faculdade, pensei em muitas coisas. Muitas mesmo. Publicidade foi uma delas, porém, de todas, foi a mais facilmente descartada. A razão? Tinha medo de virar um imbecil após a faculdade. Dessa vez, algo raro aconteceu: errei feio a respeito dos publicitários.

Eles não são idiotas, são pessoas aleatórias que aprenderam a ganhar dinheiro em cima dos verdadeiros idiotas. Até propagandas revoltantes* como essa do Seu Jorge com a Riachuelo (aliás, observem o momento das 0:22... é emblemático) e os out-doors do Hortifruti continuam porque dão certo. O cara que ganha para fazer piadas ruins como “O Curioso caso de Amendoim Button: “ele se sentiu mais novo depois de passar pelo Hortifruti” é um sábio e merece respeito ao menos pela inteligência na hora de escolher a profissão.

Entretanto, nem tudo são flores. Ao mesmo tempo que são geniais, eles são exemplos da falta de piedade. Eu poderia muito bem fazer propagandas ruins e até algumas boas sem problemas. Idéias não faltam, mas tenho certo decoro na hora de cantar meus jingles ou publicar minhas esquetes para desconhecidos. É claro que como publicitário, ninguém saberia quem fui eu o desgraçado que fez aqueles lixos, logo eu não teria vergonha... Triste, mas verdade.

Em resumo, dêem graças a Deus por eu ser um cara de escolhas não muito arriscadas e adorar ler a respeito de política e economia. Se eu tivesse menos senso (ou mais, depende do referencial), propagandas como essa do Seu Jorge seriam feitas com freqüência maior. E um viva aos publicitários!

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*Engraçadas, dependendo do seu nível mental. Confesso que ri bastante com essa do Seu Jorge e a “O Espigão que me amava”.

**Pizza Gelada, Pizza Gelada, Pra depois da noitada, Pizza Gelada.
Com coca-cola, requentada nem rola, a gelada me bola
Com coca-cola, requentada nem rola, a gelada é demais.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

A volta das Verdades Eternas

Após uma longa e árdua jornada espiritual, volto cá sério. Realmente já sentia falta de escrever aqui. É, o Sol anda muito quente. Não consegui dar conta de todos meus projetos, então tenho me dedicado muito a leitura, música e recentemente aos estudos. Bem, tenho uma série de novidades. A que pode parecer mais interessante é que tenho escrito letras. Infelizmente há uma mais significativa: após todo esse tempo, minha barba não cresceu...

É, não sou cult ainda. Talvez por isso mesmo eu esteja aqui, prestes a declarar guerra a toda essa babação pelo "conceituado" que vejo atualmente. Foi um processo difícil de começar, e, quando começou, foi da maneira mais imbecil possível: ouvindo Bon Jovi e refletindo sobre o ato de ouvir "aquilo".

"Meu Deus, ele se tornou mais idiota com o descanso?", você se pergunta. É uma reação bem plausível sua, caro leitor, até eu penso assim... entretanto, foi assim que tudo aconteceu. Que o refrão mais marcante que conheço é o de "Livin' On a Prayer", não tenho como negar. Ao ouvir o resto da música comecei a ver que era bem trabalhada, e do aspecto pop é uma senhora música. Logo em seguida peguei uma bandinha que faz muito sucesso entre a galerinha descolada: “Joy Division”. E tudo começou a não fazer sentido. Não que tenha feito um dia, ou que talvez haja um sentido mesmo, mas, de qualquer forma, senti uma estranha sensação no peito.

Não era nada de importante, acho que era só o efeito de ouvir muita música ruim e sem graça. Fica, contudo, a questão: como Joy Division é idolatrado pela galera cult e Bon Jovi massacrado, mesmo esse sendo melhor do aspecto musical e pop? Não sei responder, nem quero, mas isso resume um fato social bem bizarro: “O gosto por idéias não existe, e sim por gostos alheios”.

Soa estranho isso, não? Claro, no entanto a vida é assim. Ninguém se questiona se existe algo além do gosto. Existindo ou não, a questão é que pode haver um critério mais razoável que o mero gosto da maioria ou do grupinho do qual você pertence. O gosto, o prazer, continua sendo a máxima em nossas artes, e, por isso mesmo, não há nenhum pecado em gostar de algo ruim. Podemos admitir, por exemplo, que curtimos Boston. Infelizmente, as pessoas e até críticos ignoram isso, principalmente no que tange a música. E continuaremos a ter fãs irracionais de bandas cult pagando de inteligentes, apenas por aceitarem sem pensar o que os líderes dos grupinhos dizem.

Abraços, muito bom estar de volta.
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Bem... que texto grande. Acho que isso foi tudo no fundo mimimi por não ter barba...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Projeto Jamil Pseudo 2014

Bom, vim aqui falar meu novo blog com o Tonini, baterista (?) da minha banda. É sobre música, dando preferências a bandas novas e boas. Sim, as mudanças começaram, quero conhecer mais música feita em 90 e 2000 - mesmo com a quantidade de merdas proliferando. E também quero compartilhar isso, então filtro o que é bom e passo para vocês.

Visitem o Sons por Descobrir

Enquanto isso continuo estudando/no ócio.
Abraços

domingo, 28 de junho de 2009

Aposentadoria

Cãobelereiros. É um bom tema a ser escrotizado, não é? No momento em que descobri esse programa fiquei com vontade de escrever sobre ele. Faz uma semana e nada... realmente, acho que não dá para continuar escrevendo com certa freqüência no blog.

O que causa isso é... não sei. Simplesmente perdi a vontade. Não que o mundo e nossa cultura estejam menos escrotas ou que eu queira ofender menos essas coisas imbecis. Simplesmente estou sem conseguir escrever coisas curtas. Tudo que escrevo ocupa ao menos duas folhas no momento.

Aliás, tenho outro projeto no momento: conhecer coisas novas. Vou pegar as férias para escrever coisas sérias maiores, deixando as sutilezas incômodas de lado, e conhecer músicas, filmes, livros e idéias novas. Simplesmente estou cansado de tudo - até de escrever essa despedida.

Em resumo, me retiro por tempo indeterminado do blog. Quando volto? A resposta está soprando no vento. Pena que, como Alberto Caeiro atesta, o vento não fala nada, além do óbvio, apesar de ser muito importante.

Abraços, e até não sei quando.

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Último comentário antes do recesso: Bob Dylan é um bom letrista, mas não gosto da música dele.

domingo, 14 de junho de 2009

Uma Nova Esperança

Após longo período sem vir postar nada que não seja somente embromação aqui (desde 19 de maio não faço nada que presta), apareço. Quem é vivo sempre aparece. Em Star Wars, quem é morto também, e vim falar sobre isso.

Ontem, após um ensaio e uma festa chego cansado em casa. Felizmente, está passando “Star Wars: O Retorno de Jedi”. Com minha moral levemente afetada por ter poucas capacidades sociais, vou ver esse filmaço para matar o tempo e me animar. Nunca antes na história desse país (?) um filme foi tão eficiente para recuperar alguém. Não posso me sentir mal, dado o momento que em algum momento, numa galáxia muito distante, stormtroopers apanharam de ursinhos carinhosos¹.

Contudo, não foi tão eficiente. Vi que no final do filme, os ursinhos dançam. Muito bollywood, não? Então, fica aí a pergunta: como seria Star Wars feito em bollywood?

- Nos créditos teríamos altas dancinhas. Saquem o drama de vários stormtroopers rebolando ao som de M.I.A....
- Não teríamos a Marcha Imperial, e sim um bhangra de baixíssima qualidade.
- A relação amorosa da Princesa Léia com Han Solo iria ser muito mais trabalhada e cliché.
- Aliás, isso ia aumentar consideravelmente o tamanho do filme. Cada episódio teria 3h30min.
- Efeitos especiais mais toscos.

Agora, o pior:

- Mesmo cortando 50% das batalhas espacias devido a poucos recursos, as naves CONTINUARIAM EXPLODINDO SEM OXIGÊNIO!!!

É pessoal, mas pode piorar... imaginem se Star Wars fosse feito no Irã? Quer dizer, no Irã ao menos o filme não teria um robô com opção sexual²... Para piorar MESMO agora... Imaginem se Star Wars tivesse uma animação tosca e que não tem nada haver com a história principal? Merda... maldito George Lucas.

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1 - Ewooks
2- C3PO

domingo, 31 de maio de 2009

Semáforo

Verde, amarelo, vermelho
Eles passam, eu também
BUUUUUUUUM

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Explicação

Bom, agora que vocês leram os "poemas", posso explicar o porquê deles. Eles eram apenas um prelúdio (!?!). Agora vou falar sério sobre o tema neles abordado. A forma cada vez mais precoce e detalhada com que a pornografia chega a jovens.

Sinceramente, não vejo problemas na formação que cada pai quer dar ao seu filho, e se ele não fizer nada que obviamente irá traumatizar a criança, não há problema. Porém, com a crescente bestialização de nossa sociedade, é difícil criar as novas gerações de certas maneiras. Não serei moralista, porém, acredito que tocar na rádio dia e noite músicas com alta carga erótica é algo dispensável.

Esse assunto surgiu numa festa, na qual estávamos vendo “Furacão 2000: Tsunami III”. Não vou negar que gostei, afinal, se o fizesse seria ou hipócrita, ou homem somente fisicamente, porém é meio vergonhoso saber que isso é levado a sério não como show erótico, e sim como música. E sinceramente, isso é absurdo.

Num mundo desses, onde se confunde a mais pura beleza com uma apresentação de sacanagem, imagine a condição uma pessoa sem noção de nada? Existem crianças que vêem as dançarinas do Créu como exemplos. E se minha filha visse, eu tentaria fazer uma lavagem cerebral tensa. Se após os 14 começasse a agir assim publicamente, eu não sei o que faria (deserdar é uma opção). O grande problema não é a sacanagem, até porque acho bacana o interesse pelo próprio corpo, porém a exibição gratuita do que deveria ser privado.

Aliás, para mim isso tem nome: falta de auto-respeito. E, na boa, é burrice minha pensar no respeito a outros se ninguém se respeita. É, acho que ferrou. Melhor voltar a ler sobre a fome, que pelo menos aparenta ter solução.

Abraços

terça-feira, 26 de maio de 2009

Linha tecno-sentimental

Bem, como todo desocupado, gosto de polêmica, então vim aqui falar com vocês. Não, nada de cotas, afinal, não farei UERJ mesmo. Vou postar uma obra (anti)poética minha. É uma série de haikais... não são do tipo tradicional, mas considero-os um trabalho esmerado*. Fiquem com "Linha tecno-sentimental":

Grande vento quente
Oh, filho da gambiarra
É tosco, mas rola.

Um dezoito é tempo
Mas não passa a estação
Treze tá na mão

Com braço veloz
Mas sem imaginação
Rede de dois gumes

*Fiz de improviso numa aula que não sei o que era, afinal, estava ocupado escrevendo, acho. Tem métrica, mas dado o tema, o kigo era impossível de ser usado. Aliás, quem conseguir descobrir do que cada haikai fala, ganha um doce. Pensem em algo doentio, crianças.

Abraços

terça-feira, 19 de maio de 2009

Amor, sublime amor

Nossa, estou pressentindo que esse texto será muito gay apenas pelo nome. Amor duas vezes no mesmo título nunca é boa coisa (ou é muito feminino ou envolve pedofilia). Contudo, é conveniente tratar desse tema numa época em que convivemos com a mais pura banalização deste sentimento que tanto vende: o Amor.

Sim, para mim amor é historinha. Quer dizer, não o amor materno e pelas artes, o amor pelos amigos e pela companheira, etc. Digo o “amor-paixão”. Se existe, eu e ele somos imiscíveis assim como o são água e óleo. Evito ser radical, mas já sendo, para mim isso tudo foi papo de alguém que queria uma desculpa para tentar conseguir a fêmea alheia ou escapar de algum problema. E sim, falo isso sério. Não vá pensando que esse texto é uma piada tipo o do Justiceiro.

Entretanto, chega uma hora que até um cara que admite isso publicamente com sinceridade se ofende. E as séries “Shot at Love”, “O.C.” e “Gossip Girl” me agrediram de uma maneira ímpar. Sabe, são coisas que ninguém deveria ver se não fosse para rir da própria geração. E tem seres estranhos que assistem isso por acharem realmente bom.

Vou resumir “Shot at Love”, pois Gossip Girl é modinha e qualquer site imbecil fala tudo para vocês. “Shot of Love” é um reality show onde um grupo de participantes disputa o amor do principal. Começou com candidatos homens disputando o “amor” de “Tila Tequila” de várias maneiras possíveis. Ao final de cada capítulo, um escolhido dormiria com ela. Acabou a primeira temporada, ela achou seu amor verdadeiro! NÃO. Ela se cansou de seu verdadeiro amor e resolveu montar uma segunda temporada, dessa vez com mulheres no jogo também.

Em resumo, ela é uma moça com poucos atributos além de seu belo risinho. Quer dizer, promiscuidade é um atributo valorizado hoje em dia, e não vou ser moralista para falar que é um absurdo, entre outros mimimis. O aspecto que deve ser pensando é se é válido usar o conceito de amor em coisas do tipo? É que nem eu chamar meu baixo de violão. Ambos são instrumentos de cordas, mas, diabos, calça não é orifício anal e vice-versa.

Já não bastassem as idiotas comédias românticas com seus ideais irritantes de casal complicado, mas que se ama e mimimimi, agora temos o “amor promíscuo”? Cacete, é difícil admitir que não consegue se sentir o amor a ponto dele ser incondicional? As pessoas chamam tudo de amor por não saber o que ele é. E isso incomoda. Se não sabe o que é, ou negue, ou espere acontecer. Ou os dois. Mas não justifique o sexo desregrado com esse sentimento que, se existe, é tão bonito.

*Ah, vá tudo pro inferno, que conclusão mulherzinha.

domingo, 10 de maio de 2009

Chico Buarque? Não, não, prefiro Roxy Music

Tom Zé no Raul Gil. Sabe, eu tenho certa pena do Tom Zé, às vezes. Artista com uma obra bem interessante, porém pouco valorizado pela maioria e sem muita aura cult. Egberto Gismonti é outro desprezado por grande parte do público. Inúmeros outros exemplos são fáceis de achar, porém não vou listar todos aqui. Basta saber que grandes gênios da MPB são verdadeiros desconhecidos dentro do próprio Brasil.

No entanto, existem três bons músicos brasileiros que conseguem atenção da mídia. Esses são: Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Aos dois primeiros há uma espécie de devoção por muitos pseudo-intelectuais. Não que todos os fãs sejam pseudões, pois, como já disse, são de fato músicos respeitáveis, porém esses são os grandes fãs dos dois (além das quarentonas carentes no caso do Chico).

Não, não tenho preconceito com pseudos. Pensando bem, sim, tenho, mas se eles ficarem na deles, dá no mesmo. O problema é que pretensos “cults” normalmente são os primeiros a acusar todos os outros que não gostam daquilo que julgam bom. Já falaram diversas vezes que não valorizo a cultura nacional, como se somente Chico, Caetano e bossa nova fossem música brasileira. E Tom Zé, Egberto Gismonti, Arrigo Barnabé, André Abujamra, entre outros, que são relegados a um segundo plano? Se eles não são música brasileira, acredito sim que a MPB é algo desprezível.

Outra coisa a ser questionada é se ouvir mais música estrangeira é ruim. Vamos analisar a tradição cultural brasileira no modernismo e depois disso para julgar. Somos antropofágicos, absorvemos o que tem de bom lá fora e utilizamos com o que é nosso. Assim foi a Bossa Nova e a Tropicália e, se tudo der certo, continuaremos a ser assim, pois é muito valioso artisticamente. Sou baixista, tenho que buscar influências de onde acredito que meu instrumento se desenvolveu mais, e isso foi nos EUA, através do Funk e do Jazz e também na Inglaterra, com um rock mais elaborado. Nada mais racional que isso.

Escrevi isso apenas para expor minha visão a respeito da MPB, que é muitas vezes confusa para muitos dada a minha raivinha do Chico. Ele é superestimado³. Fora isso, tenho grande respeito por ele como letrista e acredito que ele seja um dos melhores do mundo tranqüilamente. Pena que letra não é música e, então, prefiro King Crimson.

Abraços

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A punição e o comportamento infantil

Cinema arte é algo indescritível. O prazer sentido após uma beleza exibição de Ran de Akira Kurosawa, por exemplo, é capaz de conduzir-nos a estesia. Se não nos conduz a esse maravilhoso sentimento, pode nos levar ao menos a uma reflexão. E até o cinema arte (de matar) consegue esse feito quando bem conduzido. O que é mais bem feito dentro desse gênero do que começar com uma chacina com elementos inusitados? Sim, estou falando do novo “Justiceiro”.

Aí você se pergunta: “Ai, meu Deus, no que alguém consegue pensar após ver esse filme?”. Fácil, se a pessoa for meio afetada pensa na banalização da violência. Se for um pouco mais sagaz nos seus raciocínios percebe que está na revolução da psicologia infantil proposta por esse filme. Vejam o trailer aqui.

Vejam que tem uma criança no momento 0:56. Todos meus leitores sabem que crianças são seres extremamente meigos e engraçadinhos. Porém duvido que alguém aqui soubesse que violência apenas as ajuda a se desenvolver de maneira saudável. Através de “O Justiceiro” pude concluir isso vendo a bela capacidade de perdoar que a menininha teve com o assassino de seu pai. E não foi somente isso, dado o momento que ela presenciou diversas mortes brutais durante todo o filme, e em sua última cena ela dá um simpático tchauzinho para o Justiceiro, responsável por toda carnificina.

Outro dado, desta vez empírico e não coletado de artigos das renomadas revistas Marvel, é como a sociedade piorou quando pais pararam de bater nos filhos. O que se vê hoje em dia são jovens sem freios éticos e pais acuados e permissivos. Na África, continente no qual crianças ainda vão para a guerra e ainda apanham, as condições morais da população não se deteriorou nos últimos anos, por exemplo.

Se mais pessoas vissem “O Justiceiro” ao invés de dar ouvido a quem fala o óbvio sobre a África e outros lugares do mundo, o mundo não seria melhor, porém seria bem diferente. E agora, sinceramente, acho que um produtor de um filme desses é mais brilhante, para nosso universo, que 90% das pessoas que dissertam sobre o óbvio e seus derivados sem se preocupar com a implantação de suas idéias. Ao menos o produtor bota dinheiro para girar, né?

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Exercícios Mentais

Rave no nordeste hoje. Eu, Mazza e Jimmy não poderíamos perder mais essa. Pegamos nosso jato e fomos para lá. Quando chegamos, estava bombando, mas estava cansado por já não dormir direito faz 5 dias. Meio sem ritmo para a festa resolvi botar em prática a reflexão que surgiu numa conversa com um amigo.

Antes de mais nada, é preciso falar sobre o assunto altamente polêmico do debate ideológico entre os amigos. Ninguém além de você e sua mãe/tia-avó se preocupam se você lava muito sua mão, segundo minha tese. A antítese é que você não nunca achará uma parceira se não lavar sua mão após ir ao banheiro. O raciocínio por ele proposto é que se você ao chegar na possível fêmea reprodutora afirmando logo sua falta de higiene (verdadeira ou não), ela fugirá.

Bom, agora que isso foi esclarecido, volto a contar sobre a rave. Bem, eu resolvi falar com uma moça e ela simplesmente saiu correndo e agarrou o Jimmy. A outra continuou dançando a 250 bpm gritando: “Mais velocidade nessa porra, DJ!” e mais uma teve um enfarto. Nada de interessante para minha pesquisa. Às vezes é o lugar. Fui para uma boate na lagoa. Mandei Jimmy perguntar e infelizmente ele foi espancado por seis caras e está na UTI.

Acredito, então, que o problema não está na higiene e sim em sair de casa/pensar muito. Lavar a mão em casa e ficar lendo, tocando baixo e dormindo é bem útil num ano estressante. Então, após essa breve embromação digo que é esse o motivo para não aparecer muito aqui no blog. E também tenho revisado meus roteiros clássicos e estou desenvolvendo um novo. Aguardem

Abraços e boa noite

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O escritor desse blog lava as mãos sempre e afirma que todos devem fazer o mesmo.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ecumenismo Hollywoodiano

“E então o irlandês baleado é curado pela mãe d'água em Shangri-lá”. Em que filme mais isso poderia acontecer? Só em “A Múmia III: A tumba do imperador dragão”, (ou qualquer coisa que o valha). Esse filme conseguiu misturar as propostas mais absurdas que conheço, ser uma bosta de ruim e ter poucas cenas de porradaria boas. Como então consegui gostar disso?

Fácil, sou um humanista, gosto de sincretismo. Tá, mentira, nem o irlandês chamando o Jet Li que vira dragão para brigar foi legal. Razão: o cara vira um dragão de 3 cabeças OCIDENTAL. O dragão chinês é muito mais legal. O interessante foi o filme conseguir fazer a maior cagada em roteiros que já vi. Misturaram com certo sentido muralha da china, briga entre milícias, exército de terracota, shangri-lá e isso dá no mesmo, pois, apesar de valoroso para uma boa história, não espero verdade num filme de porrada. O problema foi jogarem YETIS no filme da maneira mais tosca o possível, ruim até para filmes de ação. Dramático, não? Não, trash mesmo.

Há também o papel dos personagens, nos quais penso muito e gosto quando são bem trabalhados. É óbvio que não pode se esperar nada muito introspectivo e elevado de um blockbuster, mas o nome “Ricochete O'Connell” mudou minha vida. É mais estiloso que “Ross, the Boss” ou “Pancho Villa”. Só do personagem ter esse nome já merece entrar para algum guia de... bem, persongens com apelidos legais.

Ao falar em nomes legais leiam Dr. McNinja. É muito engraçado, acho que foi uma das melhores comics que li nessa década. Divirtam-se crianças. E vejam também “Controle Absoluto”, é um filme legal, ao contrário de “A múmia III”.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Monstros e Alienígenas Vs Jamil

A autocrítica sempre pareceu importante para a minha vida. Sempre pensei que me aperfeiçoar seria fundamental para meu desenvolvimento continuar de maneira consistente e vantajosa. E estava certo, porém o senso crítico não deve se limitar a uma análise de si, é de suma importância que ele se aplique em tudo. E nisso admito que falhei recentemente.

Por que esse papo? Passei a semana inteira tentando escrever um texto sobre como Clint Eastwood em Gran Torino e o vocalista do Kiss me deram um choque psicológico sobre qual seria o paradigma da minha vida. Também tentei compor uma música que soasse tão intrigante e agradável como Electrical Storm. Não consegui ambos devido ao senso crítico exagerado (e uma falta de talento/saco). E na hora que ele me seria bem caro*, resolvi ignorá-lo.

De fato, julgar um livro pela capa é errado, porém o título e o gênero do livro costumam sintetizar elementos importantes e uma animação chamada “Monstros vs Alienígenas” não poderia ser algo muito normal. Sinceramente, não foi. Não havia sequer uma piada boa no filme, e se ri era devido ao ridículo exposto na tela em 3D. Ri também da reação dos meus amigos vendo o filme. Um deles, menos calejado por pérolas do cinema pseudo-cult como “1,2,3 Whiteout!”, quase surtou, dada a excepcional qualidade do filme

Realmente o tempo no cinema foi uma bosta, contudo, foi proveitoso: agora posso dormir feliz. Por mais que eu não consiga compor nada realmente muito bom, nem escrever textos engraçados contrapondo o posersismo do “Hair Metal” a Dirty Harry, não escrevi o roteiro desse filme. Pensando bem, não posso não, afinal o cara que escreveu ganhou dinheiro para isso... Maldito senso crítico!

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* Cacete, meia entrada a 12 reais.... Realmente caro.

sábado, 4 de abril de 2009

Ragga Ctrl+X

Genialidade. Esse seria o tema de hoje, porém através do raciocínio: “Einstein foi sacaneado, logo até gênios podem ser sacaneados. A sacanagem governa o mundo” resolvi mudar de assunto. A sacanagem vai moldar esse post neo-malandro que figura no belo histórico de gingados e textos do meu blog.

Essa vontade de falar sobre sacanagem não pode ter surgido do nada ou de uma breve reflexão teórica, pois penso nisso quase todo dia e nunca foi forte a ponto de escrever algo. O que catalizou essa vontade de escrever sobre isso? Sinceramente, é o projeto de acabar com a meia-entrada.

Todos sabem, ou não, que sou contra a meia-entrada. Acho que se não tivesse sido criada, os preços de certos lugares não teriam aumentado tanto, afinal, empresário não vai diminuir a margem de lucro. Sacanagem, né? Nem tanto, eles precisam garantir a sobrevivência da empresa e tem o direito de fazer isso, está dentro da lei. E então qual o problema no fim da meia entrada?

Os empresários não gostam apenas de manter taxas de lucro, gostam de aumentá-las quando possível, ao menos era o que eu faria se fosse um. Com o fim da meia-entrada, vai tudo ficar mais caro para os estudantes e eles não vão abaixar de maneira proporcional os preços para os outros, isso se abaixarem. Agora, isso sim é uma sacanagem. E acho que temos que lutar contra isso. Só não sei como. Sou um revolucionário frustrado e preciso de tratamento ou de algo eficiente para protestar. Não, passeatas não valem. Achem outra coisa. Se for bom eu apoio!

Ah, como revolucionário não dei certo, mas como gênio e caça-talentos sou craque. Melhor falar sobre genialidade mesmo. Vejam isso: http://thru-you.com/#/videos/. Com recortes de vídeos na internet esse compositor faz músicas bem interessantes. Ele é algo como um Vik Muniz do som, realmente genial. Descoberto pelo João Manoel, outro gênio que escreve no “A Cena Muda”.

Se divirtam com o som e sejam um pouco rebeldes. Ou caso estejam com preguiça, curtam só o som que vale a pena.

domingo, 29 de março de 2009

Jamil's modern life

Acho que preciso ir na Igreja. Antes de tudo, não, não acho que o mundo vá acabar em 2012. Não me preocupo com o apocalipse Maia, crise econômica e ambiental, Rubinho dando certo na fórmula 1, nem nada relativo a religiões. O que é infinitamente maior que eu não me interessa, a menos que gere riqueza e bem estar para as pessoas. Então o que pode mais me afligir a ponto de achar que preciso da Igreja? Preciso acreditar em algo.

Simples, a imbecilidade e a frescura destroçaram toda fé que eu ainda botava no homem, logo preciso de um deus agora. A causa disso foi o termo “TECNOSSEXUAL”. Eu, dotado de um maniqueísmo ímpar, não quis saber o que era, afinal, não consigo categorizar pessoas sem ser em hétero, bi, homo ou pansexuais. E não me acho errado, odeio essa estupidez de “hétero-flexível” e outras bobagens.

É tão difícil se aceitar assim? Sabe, se o cara tem tesão por carros, que ele aceite e admita que o Ford Ka e o Fusca são carros altamente eróticos, mas não se defina como “Autossexual”. O nome certo é pansexual, afinal convencionou-se chamar sexo com coisas disso. Ninguém vai me convencer que estou errado. Sim, sou intransigente com as opções alheias e não nego.

Em resumo. a cada dia que passa, a frescurite e a hipocrisia se arreganham mais nas esquinas da vida real e virtual. E para piorar tenho que escrever uma redação de 30 linhas sobre trote, mas estou escrevendo sobre uma denominação escrota. Pensando bem, não sou eu que tenho que ir para a Igreja, os outros que tem que ir para o Inferno.

Mudando de assunto, “a vida moderna de Rocko” tinha uma música tema muito boa. Só botei o nome do post assim para justificar o vídeo:

terça-feira, 24 de março de 2009

Caos Primitivo Mental

A proposta inicial era um texto sobre bombons que sempre sobram na caixa. Dessa vez não pude desenvolver esse mágico e interessantíssimo texto devido a minha condição de humanista incondicional. Quer dizer, não é bem um “humanismo” no sentido próprio da palavra agora, mas, vejam bem, não custa nada se perguntar sobre como um bombom excluído se sente, né?

Essa pergunta tem respostas diferentes dependendo do bombom. Aquele infame “Moon Marshmallow” da caixa de sortidos da Garoto normalmente chora escutando Fresno, enquanto o Caribe continua feliz por ter conseguido fugir de Cuba sem ir para o paredão.

Realmente, chocolates agem de uma maneira bem peculiar e diversificada, só não superam os homens. Em eventos cotidianos, como uma festa, por exemplo, podemos nos sentir como um “Milk & Mel” jogados, por ironia do destino, num saco de pão de mel. Felizmente você numa festa tem uma boa probabilidade de achar um semelhante igualmente perdido.

Agora sente o drama: metrô lotado. Como nenhum doce existente é capaz de explicar metaforicamente isso, devo pegar uma referência que, apesar de levemente pederasta e infantil, faz sentido. O metrô é uma caixa de “feijões de todos os sabores”, e é quase impossível você achar e perceber um igual. Pelo menos, não derretemos dentro do metrô, felizmente tem ar-condicionado.

Se você quer saber o objetivo desse post, saiba que eu também esqueci. Comecei o texto falando sobre chocolates, depois sobre festas e um trauma com “a baixista de cueca”, logo em seguida passei para metrô. Acho que o fim de semana foi meio caótico para mim... Então vou ter que resumir tudo:

1 – Ninguém come os bombons ruins sem antes resistir bravamente, por que ainda fabricam isso? Será que não seria mais lucrativo fazer outros gostosos ao invés de tentar vender esses?
2 – Não que eu seja preconceituoso, mas essas festas em lugares modernos com gente moderna me deixa tenso. Só de olhar para certas meninas eu já sentia um cheiro de búfalo macho no ar. E um cara ainda deu em cima do guitarrista da minha banda... Pelo menos será legal zoar isso pelo resto da semana.
3 – Como o metrô pretende duplicar o número de passageiros se hoje em dia já nos torna dia-a-dia mais claustrofóbicos, devido a falta de espaço? Aguardo a estação Cidade Nova ansioso. Enquanto isso, um balão de oxigênio já serve.

Abraços raivosos.

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*Sobre os chocolates, caso alguém aqui goste dos chocolates citados, faço questão de provar que só você e mais 0,002% da população brasileira gostam deles)
** Nossa, que título sonoro. Acho que montarei uma banda de prog metal chamada "Primitive Mental Chaos".

quarta-feira, 18 de março de 2009

Conspiração Poser

Orkut é algo interessante. Uma idéia útil teoricamente, quase inútil na prática. Contudo, podemos chegar a conclusões importantes através dessa bizarra rede social, e recentemente cheguei a uma delas. Percebi a capacidade das pessoas agirem de maneira imbecil e contraditória sem nem ao menos se tocarem disso. A causa dessa minha epifania virtual veio do cinema.

Clube da Luta é um excelente filme. Essencial no catálogo cinematográfico do machão pseudo-intelectual. E, apesar da moral soar muito mais legal quando você é um rebelde sem causa, podemos refletir sobre coisas bacanas após ver o filme.

Refletir.... pensar... tudo isso é necessário para qualquer aprendizado verdadeiro. E aí entra a questão que me causou um bom aprendizado. Há no orkut diversas comunidades a respeito de Tyler Durden e uma ao projeto Mayhem. O personagem de Brad Pitt nesse filme é um anarco-primitivista que deseja destruir a sociedade de consumo e tudo que, segundo ele, prende e esvazia o homem. Suas idéias se consolidaram no Projeto Mayhem.

O que no filme nos diverte, na vida real me irrita, pois a idéia é imbecil e só foi utilizada de maneira radical no filme por ser legal para quem vê. Aliás, esse filme sem a violência seria um saco, mas, então, vamos analisar as contradições nos seguidores reais: que tipo de anarco-primitivista se basearia num filme feito para consumir? E se uniria usando uma sistema virtual que foi praticamente todo feito visando o lucro?

Ah, esses anarquistas de orkut, cada vez mais me decepcionando, só poser... Aliás, acho que essa onda de lutar contra o sistema e contra a “Nova Ordem Mundial”, é bobagem. Se existirem mesmo essas conspirações, são tão bem feitas que eu nem percebo, nunca poderei evitar. As pessoas têm tentado muito pegar o Zeitgeist* e acabam perdendo tempo... Aliás, acabei de perder o meu tempo. Era para estar estudando biologia.

Malditos paranóicos!

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* Filme sobre teorias da conspiração que circula na internet, criando bastante interesse em muitas pessoas. Seu nome significa "espírito do tempo" ou "espírito da época".

domingo, 15 de março de 2009

O malvadão

Ao chegar em casa sábado, vou e faço a mesma coisa de sempre: leio as páginas amarelas da Veja, a melhor seção da revista. Aliás, acho que atualmente é uma das poucas partes que prestam. Dessa vez, o entrevistado era o Arcebispo de Recife e Olinda.

Não vou comentar nem as ações dele, nem as ações do padastro, nem de qualquer um relacionado ao caso da menina de 9 anos grávida de gêmeos após ser violentada, aliás, estou cagando para isso. Apenas vou comentar uma coisa que me soou meio estranho: fui excomungado por abandonar a religião. Eu sabia que ao não conseguir sustentar minha fé, eu não era mais católico, mas excomungado é uma palavra forte. Pelo menos minha vó sempre a usou como ofensa.

Contudo, bem, ser excomungado tem seu lado positivo, afinal, se eu fosse mesmo católico, o que eu fiz antes de ler a veja nunca teria sido tão engraçado. Ontem fui ver a peça: “A Cabra ou Quem é Sylvia?”. Essa peça certamente é uma das coisas mais amorais que eu vi e ofende quase todos sistemas morais que eu conheço, inclusive os católicos. Em duas horas a peça passa por zoofilia, pedofilia, incesto, masoquismo e inúmeros outros comportamentos de gente que não é muito normal e tudo sendo bem engraçada e pouco apelativa.

Do aspecto técnico, gostei bastante da montagem. Eu esperava uma atuação boa dos atores, e realmente tive isso. Com a divertida participação de todos, em especial do José Wilker, a peça passa de maneira rápida e termina com a sensação de tinha que ter mais. O som do teatro dos 4 é muito bom, não tenho o que reclamar dele.

Recomendo a todos, porém só vão se esperarem algo extremamente anárquico e ofensivo. Se forem assim, vão se divertir muito. Caso vocês acreditem fortemente em algum sistema moral relacionado a sexualidade, acredito que não será uma experiência legal.

Agora nada mais de teatro, só estudo e música... começam as provas difíceis.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Quem quer ser politicamente correto?

Um final de semana com alta carga cultural é muito importante. Ler Watchmen, tocar músicas que marcaram gerações, escutar bandas novas, tudo tem seu valor. Contudo os grandes intelectuais que admiro alertavam sobre o risco de muito conhecer sem refletir sobre. E duas coisas me fizeram pensar bastante. Uma foi o musical: “Essa é a nossa canção” e a outra foi “Quem quer ser um milionário?”.

Entre a peça da Broadway, escrita na década de 70, e o filme do ano passado, existem grandes diferenças. Tudo é diferente, menos uma coisa: o final óbvio. O fato do filme terminar de maneira previsível não o descaracteriza como bom filme, o que de fato é, mas poderia ser evitado. A moral de “tudo que acontece tem um motivo” é bem comum e insossa. Se ela fosse melhor camuflada, o que de jeito nenhum deturparia o sentido na produção indiana, a minha sensação pós-sessão de cinema seria a mais pura estesia, porém a cena final do beijo e a dança non-sense, que parecia ter sido tirada do musical, quebraram todo aquele tesão pelo filme antes sentido e isso não foi algo legal.

Ao falar em merecimento, outra coisa que esse filme não merecia eram os Oscars de melhor filme e melhor canção original. Ambos deviam ser destinados a Wall-E, que, ao meu ver, merecia também uma insólita indicação a “melhor ator”. Esse filme elevou a animação 3D a um grau artístico que eu nunca consegui imaginar. A primeira parte, com somente dois atores em cena (Wall-E e a barata), deixou muitas pessoas maravilhadas e Will Smith e seu “Eu sou a Lenda” com inveja. Com um trabalho sonoro genial, Wall-E nos deixa imersos em um universo novo e é um grande filme, para mim, o melhor do ano passado.

A grande questão relativa a esses dois filmes é a canção original. Wall-E tem uma maravilhosa música feita pelo Peter Gabriel que, apesar de não ter muito destaque, é realmente muito boa. Nenhuma música que ouvi durante “Quem quer ser um milionário?” superou. Todas eram músicas eletrônicas usando a estrutura melódica da música indiana. Interessante mistura, mas já conhecida faz tempo pelo ocidente e já é sacaneada pelo Youtube. Aliás, esse Oscar injustiçou muito também Batman, que deveria ser indicado como melhor filme e melhor diretor.

O que Wall-E e Batman tem em comum? Ambos são excelentes, mas são blockbusters. Percebi nesse Oscar uma grande valorização dos filmes mais intelectualizados e independentes. Pode ser só impressão minha, mas será que a tendência do “politicamente correto” chegou a Hollywood? O Pipocão tem seu valor e esse não é pequeno (Senhor dos Anéis que o diga). Só porque o filme foi gravado na Índia ele tem certo bônus? É um bom filme, mas que peca pelo começo meio panfletário e pelo romance e pelo final mais cliché que um da década de 70. Quem o considera muito inovador na narrativa, sugiro que veja Cidadão Kane.

Contudo, acho bom para chamar atenção para os filmes feitos ao redor do mundo, porém se os filmes chatos e mal-feitos de Bollywood invadirem o ocidente, convoco todos para a época do racional e politicamente incorreto, e apliquemos de forma ortodoxa o relativismo cultural: “Cultura é muito bom e deve ser sempre respeitada. Vamos respeitar de longe, pois ninguém me castra não!!!”. Aliás, continuo achando que apedrejamentos, cortar o clitóris e cinema iraniano são as maiores provas que relativismo cultural nem sempre vale, mas, antes que eu seja atacado por marxistas enfurecidos, me retiro.

terça-feira, 3 de março de 2009

Definição de revolta

Jantar sozinho é uma coisa curiosa. Na falta do que fazer, a televisão se torna bem útil ao exorcizar o ócio de um dia cansativo com muitas aulas desagradáveis de português. Sim, estou ciente que pareço um imbecil elogiando a televisão perante toda a herança literária na língua portuguesa, mas, sinceramente, só sendo muito hipócrita para dizer que prefere corrigir uma folha ridícula sobre simbolismo e pré-modernismo, com algumas questões baseadas em letras da Legião Urbana, a ver um programa divertido, por que ela seja inútil.

Voltado ao assunto inicial, o jantar não é o destaque, apesar da comida ser boa. A televisão fatalmente rouba as atenções, ainda mais quando está passando “Uma Família da Pesada”. É garantia de umas boas risadas e serve para criar o combustível mental para meu estudo de cada dia. Mas de certa forma, não foi somente esse programa que garantiu meu bom humor, foi também uma infame propaganda sobre “Light Desembagulhator 3000”. Tá, não sei o nome verdadeiro, mas esse provisório explica basicamente o que prometem: uma roupa que deixa mulheres mais atraentes de maneira fácil.

Muitas propagandas já são ruins por natureza, porém há um fenômeno deveras interessante, que é o “comercial dublado”. Esse é o caso do "desembagulhator". Cientistas políticos, sociólogos e publicitários tentaram identificar as causas desse fato social, porém falharam miseravelmente em falar que é simplesmente burrice, talvez por medo de soarem etnocêntricos e/ou ficarem com a imagem manchada. Eu, com toda minha coragem, vou denunciar que, na boa, um comercial com a seguinte fala não tem a mínima credibilidade:

“Ah, bem, eu nunca usei nada que funcionasse assim... bem... é... meu bumbum está durinho! HAHA! Eu aperto e vejo que... ele está todo no lugar”.

O que na hora foi motivo para risada, me deixou revoltado. Talvez seja só o fato de eu ter me irritado percebendo que não aprendi nada de biologia no primeiro ano, mas agora me sensibilizou a ponto de parar de estudar para vir comunicar isso a vocês, queridos leitores.

Vou voltar para minhas proteínas, mas continuo nervoso com as faculdades de marketing ao redor do mundo. Publicitários, sintam-se envergonhados.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

A volta do Curinga

“Sing me a sad song
And i'll be right on my way
A sad song like the songs of yesterday”
Free

Após um frutífero retiro espiritual em Praia Seca e Búzios volto revigorado filosoficamente e disposto a mudar de atitudes. Não cabe escrevê-las aqui no blog, afinal isso é que nem letra playsson: só diz respeito a quem escreve e dá ibope mesmo assim. Não, não quero audiência, quero gente interessante lendo meus comentários, ouvindo minhas músicas ou vendo qualquer bosta aleatória que eu jogue aqui. Só espero que saibam que voltei ao normal e, citando um livro que não gosto, mas faz sentido, o curinga voltou. Fatalismo é o elemento que caracteriza Zeus em relação a Hera! - como diriam os antigos gregos.

Apesar de ter decidido mudar, algumas coisas vão se manter, como meu hábito de ofender imbecilidades que me destroçam mentalmente e aumentam minha entropia cerebral a níveis extremos. Agora, vamos começar os textos pós-carnaval seguindo esse antigo padrão.

Dia desses vi um cara com uma camisa escrita: “Sad Songs Make Me Happy”. Se você pensa que vou discutir a opção sexual desse sujeito, se enganou - até porque ele estava com sua namorada, mulher ou qualquer coisa que o valha. Bem, vim falar sobre como essa afirmação é mentira.

O fato é que é fácil perceber que a música afeta temporariamente as pessoas, seja na admiração do belo com a estesia, ou seja na roda punk por causa da música mais agitada. A música cria tensões, traz lembranças e até sentimentos, como toda arte e com isso nos atinge. Logo, músicas tristes, quando não são ridículas como “Garçom” do sábio Reginaldo Rossi, nos deixam mais tristes se for possível. “Cause We've Ended as Lovers” do Jeff Beck, por exemplo, potencializa qualquer dor de corno em pessoas com cérebro. Se não nos deixam tristes, mas estamos ouvindo por vontade própria, ao menos ficamos admirados.

Sim, a música influencia as pessoas e, não, músicas tristes não deixam pessoas normais felizes, a não ser que elas fiquem felizes pela qualidade da música e pela existência da arte. E aí não é pela música ser triste, é por ela ser agradável e bem feita para a pessoa.

Abraços

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Aleatório



Postando esse vídeo apenas porque ele me deu um surto de risos devido seu alto teor aleatório. Sim, é uma bosta, mas admito que queria ser capaz de gravar algo do tipo. Aliás, minha vida sem todos surtos psicodélicos não seria a mesma, vale a pena celebrar isso com um bom vídeo.

Abraços do Jamil sem idéias.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ampulheta

Quando existe algo divertido para fazer, o tempo passa rápido para mim. Procrastinador de pior espécie, fujo o possível das obrigações, porém esse ano é paradoxal. Nos anos anteriores, sempre consegui evitar o trabalho e aproveitar meu tempo de maneira agradável, mas dessa vez tenho que olhar na cara do desafio, dar um tapa na cara e mandar virar homem: é o ano do vestibular.

Tá certo que quero física e não é uma competição tão grande quanto medicina, porém é para a Unicamp e quero muito passar. Estou me dedicando e até as infames folhas de química tem sido estudadas. Aliás, estou passando a gostar de química. Estou passando a gostar de estudar. O que antes era obrigação, agora já tem ares de passatempo. Apesar de tudo, esse passatempo e meus dias andam longos. E, o pior é que, mesmo assim, não sobra tempo para nada. Meus textos aqui vão cair, a quantidade de músicas que posso tirar e compor por semana também.

Então é isso, queria apenas informar para o Sr. Vestibular devolver minha ampulheta menor e pegar a dele que esqueceu aqui em casa. E vou quebrar o Desafio com uma mão só, podem esperar. Vim aqui avisar só que vou postar bem menos.

Abraços

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Viva la Vida!

Viva la Vida!, apesar das sacanagens cometidas por todos, inclusive por nós mesmo. Essas injustiças não são por maldade na maioria das vezes, é simplesmente uma falta de reflexão mais profunda, que temos posteriormente e vemos como erramos. E Viva la Vida, que apesar dos meus erros de análise, continua sendo um dos melhores lançamentos de 2008, fazendo a minha vida como músico um pouco mais feliz, devido a um cenário positivo no futuro.

Mas aí todos se perguntam: o que um pessimista como eu vi de tão animador nesse CD? Para falar a verdade, não é muita coisa, porém, de qualquer maneira, fico feliz quando vejo algo bom tendo sucesso. Foi assim como o Muse e Arcade Fire, e não podia deixar de ser com o Coldplay e sua música pop bem trabalhada com elementos post-rock. A idéia é a seguinte: com mais bandas boas fazendo sucesso, os músicos de amanhã terão mais referências positivas e assim terão mais recursos para fazer uma música menos desinteressante.

O LP Viva La Vida traz semelhanças com diversas bandas com um som mais elaborado e modernoso como Explosions in the Sky e God is an Astronaut, e apesar de não ser viajada e tão atmosférica quanto a música dessas essas bandas, tem o valor de trazer algo semelhante para o mainstream, algo semelhante ao que Muse fez com Porcupine Tree, na minha opinião.

Quem me conhece deve imaginar que estou me perguntando: "Será que daqui a um tempo o rock progressivo pode voltar com essas novas influências interessantes que as bandas mainstream vem trazendo?" Sim, me perguntei e a resposta, bem rápida é: claro que não, mas espero ouvir a cada ano mais coisa boa, como Muse, cujo show no Brasil foi excelente.

Viva la Vida e Viva la Música!

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Garota Fantástica, a Mulher-Coelho e o Vestibular Boláguio

Todo domingo é um show de horrores quando não se tem nada para fazer. De “Turma do Didi” a “Fantástico”, a televisão aberta se torna repulsiva para pessoas que se julgam inteligentes. Ou quase. Eu me flagrei agora pouco vendo “garota do fantástico” e ainda comentando como a candidata Vera Lúcia é bonita. Eis que me deparo com um comercial do multieconomia. Conseguiu me deprimir mesmo após ter visto “Sim, senhor”, que é um filme bem engraçado.

Eu, crente que meu primeiro texto de fevereiro seria sobre este fatídico comercial, até que um tema que nunca me despertou o interesse aparece. Um nascimento de óctuplos nos Estados Unidos, descendentes de uma Iraquiana. Tema que não se sabe nem porque sai num jornal, e, quando sai nunca dão ênfase no importante: A MÃE JÁ TINHA SEIS FILHOS.

Cacete, porque diabos uma mãe com seis filhos vai fazer uma fertilização? Quer uma medalha de “mulher que teve mais filhos de uma vez?” É uma furry que quer virar realmente uma coelha? Não importa o que a motiva, mas, cacete, não é normal. E sendo assim, porque vamos botar na televisão um distúrbio tão babaca e sem graça? Prefiro ver o programa do Sílvio Santos, idoso “levemente” alterado, e Maísa, uma criança-vitrola psicodélica, que mostram o quanto o homem começa e termina decadente, numa versão light e engraçada do expressionismo alemão.

Ah, e que saber? Estou com ódio agora. Vou até me torturar vendo anorexas bonitas de rosto se matarem por 15 minutos de fama... Pensando bem, danem-se, amanhã tenho que estudar, deixarei meu lado vagabundo e deprimente de lado, pois o vestibular promete.

Abraços

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Lançamento mundial da "On the Road"

Bom dia.

Vim aqui informar sobre o lançamento mundial da música "On The Road Blues", na qual participo com o baixo. O autor é Philippe Meyohas e a música foi para a carreira solo dele, então pode ser conferida aqui: www.myspace.com/felipemeyohas.

Aí tem outras músicas, porém com minha participação só nessa. As outras também estão bem legais para quem gosta de um rock alternativo mais moderninho. As minhas favoritas são a minha e a "Se não me engano".

Abraços e espero que gostem.

domingo, 25 de janeiro de 2009

DIPP - Japão pt.3

Bem, aqui estou nos momentos decisivos do meu perigoso trabalho sociológico e, após explicar o produto de exportação dos jovens japoneses, vamos explicar o que fica somente no mercado interno. Bem-vindos ao mundo da música pop japonesa. Aqui, o hair metal americano foi revistado e ampliado, misturado com a estética moderna oriental.

Precisamos tocar em dois pontos interessantes na cultura japonesa e americana antes de prosseguir:

1 – O bishounen. Esse conceito é correlato a androginia em certas culturas ocidentais e consiste de achar sexy homens que parecem mulheres. Caso vocês leiam mangás, principalmente os shoujo, que são voltados para o público feminino, irão notar isso. O “fodão” da história é sempre meio afetado e parece uma bishouna (trocadilho ruim, mas necessário) para os parâmetros ocidentais.

2 – O glam rock e o hair metal. Estilos de música da década de 70 a 90, populares nos Estados Unidos. Músicos ficam maquiados normalmente. David Bowie e Poison fazem parte desses estilos, respectivamente. Foi muito popular no Japão, em especial o Hair Metal, o hard rock farofa para os menos chegados.

Agora que já sabemos disso, podemos expor a tese de porque, ao invés do mangá e do hentai, o pop japonês nunca decolou. Com o sucesso do hair metal, bandas japonesas, como o X Japan, seguiram o estilo com algumas mudanças, criando o visual kei, que é uma espécie de hair metal japonês, muito popular até hoje.

Essa música não se expandiu porque o movimento demorou para se consolidar e o hard rock farofa já tinha sido varrido do mercado fonográfico norte americano pelo Grunge e no inglês pelo Brit Pop, ficando fadada ao mercado japonês por um bom tempo.

Com a ascensão do emo, estilo musical um pouco menos “desleixado” e mais “maquiado” que o rock alternativo de 90, o visual kei está se expandindo e chegando a vários lugares no mundo, como a Alemanha, com o Tokio Hotel, e o Brasil, com a psy-gai.

OBS: O visual kei não é necessariamente um problema, mas acho que merecia ser explicado aqui, pois combina com uma estética dos mangás, e isso foi trabalhado aqui. Não é um problema gostar de uma banda com uma estética visual diferente da que você conhece, desde que você goste do som dos caras. Para mim, há mais problema no Death Metal e no Gore ocidental do que no Visual Kei. Aliás, isso é um bom tema para um futuro tópico.

sábado, 24 de janeiro de 2009

DIPP - Japão pt.2

Agora, escondido e protegido de bombas nucleares já posso escrever sobre esse cabuloso tema que é a juventude japonesa e seus derivados globais.

Conforme eu disse no último texto, o hentai fazia sentido num contexto pré-banda larga, porém vejo seu advento enquanto digito. A explicação é simples e pode ser entendida com o seguinte raciocínio:

Americanos produzem algo. Devido a globalização, japoneses recebem essas informação e assimilam e, numa espécie de antropofagia samurai, misturam com sua própria cultura. No caso do hentai, a perícia nipônica em fazer pornografia desenhada superou em muito a dos americanos e a de qualquer país ocidental. Por mais que Manara tenha um traço muito bom, os japoneses não param em detalhes técnicos, fisgam a alma dos pervertidos com atrações que pessoas normais não compreendem, como, por exemplo, animais-demônio sanguinários e ninfomaníacos.

Dado o momento que o entretenimento adulto japonês nessa área tem esse poder, os americanos foram buscar na internet esse material. Para compartilharem isso, criaram canais cibernéticos baseados nos asiáticos. Esses canais vão desde o 4chan (sobre cultura pop japonesa) ao gurochan (sobre hentai envolvendo sangue). Se vocês estiverem dispostos a procurar, vão achar chans sobre tudo. Eu não farei isso por vocês, de jeito nenhum.

Há no mangá gente boa escrevendo roteiros, inclusive temos excelentes revistas, desenhos e jogos feitos no Japão, não falei sobre isso porque ocuparia muito tempo, e quero falar sobre os aspectos problemáticos da nova geração dessa valorosa cultura que é a japonesa. No próximo tópico veremos o que acontece quando todos esses problemas saem do papel: vem aí o Visual Kei e o J-rock!

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

DIPP - Japão pt.1

Hoje em dia, o que não falta é informação. Graças a internet, fica fácil perceber como o mundo funciona e qual a função de cada país na hora de produzir. Isso chamamos de DIT. Podemos perceber isso coletando informações de uma poderosa e útil rede chamada internet.

Com esse grande banco de dados e pornografia, podemos perceber várias divisões internacionais, em especial a DIPP – Divisão Internacional de Problemas Psicológicos. Esse post aqui no meu blog vai tratar sobre esse assunto perigoso. Reza a lenda que as agências de inteligência dos países, em especial a japonesa, temem que isso dê origem a uma nova guerra mundial, pautada no preconceito.

Psicólogos tentaram descobrir como as emoções afetam nossa vida, fazendo que a gente somatize a irritação cotidiana, e perceberam que a juventude japonesa, tenha relação ou não com stress, começou a desenvolver tendências estranhas desde o glam rock nos EUA. Surgiram dois grupos de soam mais perceptíveis para os ocidentais: os nerds japoneses, com sua forte tradição de estudos e esforço, e os “moderninhos”. Os grupos são distinguíveis pelo vestuário, já que os moderninhos tentam ser ocidentais descolados, mas exageram e viram seres medonhos, como os bishounens ou rappers orientais. Porém, os psicólogos dessa pesquisa, que misteriosamente morreram, não conseguiram descobrir qual grupo é responsável pela produção de hentais, que simplesmente mostram todos fetiches possíveis e imagináveis, que só podem ser frutos de algum distúrbio.

Hentai é uma espécie de obra do Carlos Zéfiro com traços de mangá, e, dentro de determinado contexto pré-banda larga, fez até sentido. Porém, em algum momento, essa função se expandiu e o hentai começou a veicular antigos fetiches nipônicos, como tentáculos, e alguns novos, caindo no gosto de algumas pessoas, criando um mercado que se mantém até hoje e chega a lugares distantes, como por exemplo, o Brasil. E veremos isso no próximo post, caso eu não seja morto por ninjas do governo japonês.

Abraços

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Reflexões sobre técnicas

Numa época na qual tanta coisa acontece, não deveria ser difícil achar um tema. E não é, mas falar sobre o que passa na TV é decadente demais. Então vim falar sobre isso, como é difícil ser um bom decadente.

Rock alternativo que faz sucesso hoje em dia, é automaticamente caracterizado como Indie, e já tem até certas características comuns nas bandas desse "movimento", assim como aconteceu com o grunge. O que acontece é o seguinte, para se fazer indie, não precisa ter necessariamente as mesmas influências semrpe, pode-se inovar, porém certas características são importantes. Em geral o que faz sucesso é uma bosta, com raras exceções mais progressivas ou criativas. Resumindo, para ser indie, cérebro é dispensável.

Vamos criar então um caso hipotético: "um guitarrista, cansado de tocar prog metal e fusion, vai e monta uma banda de indie rock para ganhar dinheiro em bares alternativos. O desgraçado sabe infinitas escalas de cabeça, tem uma precisão rítmica aburda e sempre compôs bem em sua banda anterior.". Deve ser mole para esse cara fazer música pop, né?

ERRADO. Para se fazer música ruim, mas comercial, precisa de influências com essas características e ter um raciocínio pop. Não adianta saber o que é "lídio dominante" se não tem cabeça pop. Provavelmente isso vale na literatura também. Não adianta ser o mestre dos versos alexandrinos, se o que está na moda é, por exemplo, "poesia" estilo Arnaldo Antunes. Não é só conhecimento, o que vale é a influência de cada coisa que você conhece. E o ruim pode dar certo por ter as influências certas na hora certa. E isso não é fácil.

Ser medíocre às vezes é tão difícil quanto ser bom. O que sabe bem as coisas, é inteligente, o que sabe usar o pouco que tem, é o esperto. E assim continua o mundo. Cabe a cada um dar o valor que cada um merece.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Camisas e vestidos

Existem grandes dilemas na pós-modernidade. Palestinos e Judeus, arte conceitual e outras coisas. Porém, o dilema mais presente na vida de qualquer homem latino americano que mora num centro urbano é: "Cacete, isso é uma camisa ou é um vestido?". Quando vai se dar presentes para mulheres, quem é esperto dá um CD ou um livro. Mas há sempre o corajoso, que chega numa loja de roupas e começa a observar os modelos.

Nas lojas de moda feminina, vários paradoxos filosóficos aparecem, desnorteando a figura machista que usa o que tem no guarda-roupa e prefere mulheres nuas. Os vestidos estão curtos demais e as camisas um pouco maiores do que deveriam, com uma espécie de "boca-de-sino". Para um sábio desacostumado com o convívio na sociedade atual, se P, um vestido vira camisa, e, se G, uma camisa vira vestido. E isto é o caos.

Numa época na qual se usam vestidos e calças ao mesmo tempo e shorts mais curtos que vida de cachorro, o referencial na moda feminina é o respeito-próprio. Cabe ao homem saber se está com uma mulher que se respeita, ou não. E aí chegamos numa das maiores contradições do mundo atual: "É mais fácil, até para o machão, entender as mulheres do que entender vestidos e camisas".

Ah, se Nelson Rodrigues estivesse vivo...

domingo, 4 de janeiro de 2009

Will Smith, me doa o cérebro?

Começa o ano, porém velhos hábitos persistem. Ir ao cinema com os amigos é um deles, bem difícil de mudar. O filme escolhido foi: 7 vidas. Will Smith tinha crédito comigo, após o bom “A Procura da Felicidade”, então fui ver esse filme esperando algo como “Crash – No Limite”, só que com o Will Smith juntando as 7 vidas. Resumindo, eu não sabia nada sobre o filme.

Começa o filme, e como todo drama, foi me despertando emoções. Aos 20 minutos senti um abatimento, aos 40, angústia. Quando completou uma hora, fiquei desesperado. Uma hora de cenas jogadas de qualquer maneira, sem relações bem definidas e sem ritmo nenhum. Porém, o filme continuou, o turbilhão de sensações continuava conforme o filme passava. Porém tudo após uma hora se resume a um sentimento: raiva. Principalmente quando eu e amigos já tínhamos previsto metade do que ia acontecer no final. Ou seja, aquela embromação “pré-30 minutos finais” já entregavam o que realmente importava.

Agora, farei um spoiler: Tim, o personagem de Will Smith, doa seus órgãos e patrimônio para ajudar 7 vidas, e compensar as 7 que ele tirou num acidente de carro. Porém, como ele se matou para ajudar algumas, ele ainda fica devendo uma vida, que foi a própria. Que vergonha, hein, Sr. Roteirista? Outros erros podem ser percebidos, se você estiver querendo matar o tempo sem transformar a raiva em ódio.

O pior de tudo é, na saída, ouvir pessoas elogiando o filme, realmente emocionadas. Já que o coração foi doado para a mulherzinha do filme, Tim, me dá seu cérebro? Realmente, só eu e meus amigos doentes não entendemos a graça desse filme. Eu pedi primeiro, eles podem continuar da mesma forma. Sou categoria 2, ok?